terça-feira, 25 de outubro de 2011

Enfermeiros vão realizar tarefas de médicos nos centros de saúde...

Há mais de 20 anos que ando a defender esta proposta. Será desta?...

Ainda, recentemente, quando o PSD me pediu uma reflexão sobre a Saúde no Distrito de Portalegre, uma das propostas que fiz, era a de se “rentabilizar as competências dos profissionais de enfermagem enquanto licenciados. Acabar com o seu papel de auxiliares em muitos serviços. Promover a sua autonomia e responsabilização por tudo o que seja Prevenção Primária (promoção, prevenção e vigilância da saúde); e Prevenção Terciária, no que toda aos Cuidados Continuados Domiciliários.E Deixar os profissionais médicos para a Prevenção Secundária (diagnósticos e tratamentos), área para a qual foram especialmente formados, e para a qual têm uma especial apetência."


Verifico que estava de acordo com o que agora o Governo e a Ordem dos Enfermeiros vêm defender. Espero, sinceramente, que os Enfermeiros estejam à altura e capazes de responder a este desafio.

Notícia de hoje, do jonal i:

“O governo quer resolver o problema da falta de médicos de família nos cuidados primários alargando as competências dos enfermeiros nos centros de saúde, avança o jornal i.

De acordo com o jornal i, os enfermeiros serão, a curto prazo, a solução do Ministério da Saúde para conseguir cumprir o objectivo de tornar os cuidados primários o pivô do SNS, diminuindo o recurso a urgências e consultas hospitalares e aumentando o acesso da população a este tipo de serviços. O objectivo não é substituir os médicos nas suas competências, mas aliviar algumas áreas como o acompanhamento de doentes crónicos ou a renovação de receituário.

Para a bastonária da Ordem dos Enfermeiros, a iniciativa é positiva, mas terá de ser bem clarificada pela tutela. “É preciso sublinhar que os enfermeiros não substituem os médicos, mas há competências que já têm e podem desenvolver, de forma a diminuir o recurso à consulta médica.” Gestão da terapêutica de portadores de doença crónica, vigilância de gravidezes de baixo risco ou consultas de desenvolvimento infantil são algumas das áreas onde Maria Augusta de Sousa entende que poderá haver um alargamento de competências.

Em muitas situações, os enfermeiros já são responsáveis pelas intervenções, mas não têm autonomia, aponta a bastonária ao jornal i. Esta é também a visão de Guadalupe Simões, dirigente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses. “Os enfermeiros hoje são responsáveis por praticamente todo o acompanhamento domiciliário de doentes crónicos. Mas quando é preciso substituir algum dispositivo, por exemplo num doente colostomizado ou algaliado, tem de ser um médico a prescrever”, diz Guadalupe Simões.
Actualmente há 5478 especialistas em medicina geral e familiar nos centros de saúde e noutras unidades de proximidade do SNS, menos mil do que seria desejável.

Segundo um estudo da Administração Central do Sistema de Saúde sobre as necessidades actuais e futuras de médicos no SNS, a que o jornal i teve acesso, até 2020 o número de médicos de família a seguir para a reforma não vai parar de aumentar. Os médicos em formação também não são suficientes: o sistema só terá capacidade para formar 3543 novos especialistas, prevendo-se um défice entre 314 e quase 2 mil médicos, se se tiverem em conta os rácios europeus.”

Não sei é se a ORDEM (TODA PODEROSA) DOS MÉDICOS, vai deixar que tal aconteça...

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